• Os puristas da montanha

    Durante a madrugada, fomos atacados pelas insónias do grande “líder” Gauchão Tranquilo que acordou o pseudo intitulado “grupo” 1 hora antes da chegada a Huáng Shan, à semelhança do que já tinha sucedido na viagem para Pequim com o Gnomo Siberiano.

    A viagem de comboio foi numa classe inferior (hard sleep), onde os cheiros são muito mais intensos, quer dos chineses, quer das casas de banho. O perfume mais utilizado nos vagões em questão era “Latrine nº 5”.  

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    À chegada a Huáng Shan, fomos abordados para entrar num autocarro para Tangkou (cidade base da montanha) e já lá dentro assistimos a um corropiar de entradas e saídas (o Picos que diga, ficou todo pisado), de gritos e de discussões tipicamente chinesas. De destacar o novo estilo catalogado, à semelhança de Pedrito de Portugal quando aborda o touro, uma chinesa gritava alarvidades sempre com as costas erectas!)

    Em Tangkou conhecemos a figurinha do dia: Mister Hu, um chinês que parou de crescer aos 10 anos, que tem uma carrinha do seu tamanho e que falava inglês. Lá fomos com um americano para o seu restaurante (uma sala de 3 por 3 com 2 mesas) comer o melhor pequeno-almoço desde a nossa chegada à China.

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    Passado pouco tempo, Mr. Hu perguntou-nos se tínhamos perdido alguma coisa. Começamos a verificar os nossos bens e o Pauling deu por falta da carteira… passado um bocado, Mr. Hu voltou a insistir se não faltava mais nada… mais uma vez a voz do Pauling: “o meu telemóvel!”. Mais incrível do que a desatenção do Pauling, é a honestidade deste homem simples e das pessoas que trabalham consigo, a qual foi mais importante do que ficar com mais de 800 dinares (ordenado mínimo é 250 dinares) e com um telemóvel. Passados 10 minutos estava a chegar o sobrinho do Mr. Hu com a carteira e o telemóvel e insistiu para verificar se estava tudo em ordem. 

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    Depois veio a altura de escolher como subir a montanha, sendo as hipóteses:

    – “west steps” – subida mais complicada…; – “east steps” – subida mais aconselhável (3 horas e meia).

    Naturalmente decidimos subir pelas “east steps”, ficar uma noite na montanha e descer no dia seguinte pelas “west steps”. Mas como achamos que 3 horas e meia a subir era pouco aliciante, optámos por partir do “Yellow Montain Gate”. Foi aqui que passamos a ser os puristas da montanha sem saber…

    Mais, insistimos em levar a guitarra para a montanha, para além das nossas mochilas, apesar do conselho do Mr. Hu em ficar com ela no restaurante. Insistimos… vamos levar… Mr. Hu sorriu…

    O início era a alegria, a frescura, o saltitar, a rambóia… no final foi o sofrimento, agonia, por palavras do Rapha: Isto foi uma estupidez!…

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    Pessoal, as montanhas são muito bonitas, percorremos 2 vales enormes espectaculares mas foi muito, muito, muito…difícil…, do tipo, 8 horas a subir degraus e degraus, não até chegar ao rio (isso é para a TAL) mas até chegar ao topo da montanha (segundo o nosso GPS, estimamos que subimos cerca de mil metros). Definitivamente, deixámos de achar qualquer tipo de piada à ceninha do “A mim xubir não me diz nada…”.

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    Pelo meio vimos uma cascata enorme, os inevitáveis pagodes espalhados pela montanha, e realizámos a primeira actuação da famosa TABAS (Tuna Académica de Baixo e Altos de Shanghai) com o seu original “I got the blues on the mountain”, tendo obtido os seguintes prémios: Melhor Blues, Tuna + Tuna e Tuna Melhores Degrauzinhos… 

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    Nos anais do montanhismo, ficará para sempre as míticas e sábias palavras de Picos, quando a 1/3 da subida (no local onde podíamos apanhar o teleférico que nos leva ao cimo da montanha e onde começa verdadeiramente os “east steps”), como “líder”, descansou o “grupo” ao garantir com uma certeza inabalável que a partir daquele momento (já estávamos cansados) o percurso seria mais ou menos plano. De pronto, o Pauling, conhecedor experiente desta montanha, corroborou essa informação. Em simultâneo, começámos a ouvir um coro de anjos a acompanhar o solista Buda no cântico de Aleluia… Todo o grupo ficou… tranquilo…pacífico…não faz sentido construir o teleférico, é tão fácil…  

    Já na parte final da subida, quando os mantimentos já escasseavam, tivemos a ousadia de regatear 4 maçãs:

    – oferta inicial: 10 zaquines por 3 maçãs;

    – oferta final: 8 zaquines por 4 maçãs;

    – procura: 6 zaquines por 4 maçãs;

    – diferença em euros: 20 cêntimos (nota de autor: já chegamos a pagar 38 zaquines por um café…)

     

    Fomos intransigentes… não aceitámos… seguimos esganados de fome!

    Dez degraus depois caímos na real, fomos demasiado rígidos… já está no sangue! É inevitável! Contudo, já era tarde demais, … não nos podíamos dar ao luxo de descer 10 degraus para voltar a subir… estávamos muito cansados…

    No final da subida, verificámos no nosso guia (obrigado Carla) que havia uma referência para o percurso que tínhamos acabado de realizar, mas que era apenas aconselhável para os PURISTAS DA MONTANHA!!!

    Na “flash interview” de Paivung, este declarou que a maior dificuldade que teve de superar na subida foram as constantes piadas do Gnomo Siberiano, que reduziu a sua capacidade de oxigenação.

    Quando chegámos ao topo já era de noite e não foi fácil encontrar o nosso hotel no meio da escuridão, que por sinal era o último: “O barato sai longe…”. No hotel foi a loucura (mais uma actuação do Buda e dos anjos; mesmo reportório), quando de repente se ouve da boca da recepcionista: Sorry!… Parou tudo! Começa-se a ouvir em bom português: “Eu parto esta m&$#a toda!!!… Contrariados, lá seguimos um guia, que nos levou a um outro hotel por onde já tínhamos passado…

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    Pessoal, foi uma dádiva… um quarto com 3 beliches só para nós e, acima de tudo, um duche normal, do tipo, mesmo normal, com coiso e tudo (estamos sem palavras)!!… (3ª actuação do Buda e do seu coro de anjos; o reportório: nem vale a pena referir…). Banhinho, jantar fora de horas (abriram a cozinha de propósito para nós; foram uns porreiros; ou terá sido o nosso olhar esgazeado de fome…).

    Antes de irmos para o quarto, o Picos e o Rapha ainda tiveram direito a uma massagem de 10 segundos que apesar de rápida os levou ao êxtase, efectuadas por 2 simpáticas chinesas biomecânicas.

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    Fomos dormir o sono dos bravos…

    O pessoal todo

     

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  • Shanghai – Revisitada

    (ainda a ser cozinhado!)

  • Sobre as ondas, sobre o lodo

    Ao ouvir o ciciar das cobras e o ranger dos dentes dos lagartos Gulinenses, mais conhecidos pela sua digestão rápida e eficiente de pequenos insectos Budistas, uma nova guia se vislumbrava por entre o nevoeiro opaco que caía sobre a cidade de Guilin, pelas 9 da manhã. Este nevoeiro era também conhecido por “Nevoeiro das 9 da manhã”.

    Como já era de esperar, neste segundo dia choveu “a potes”, ou se preferirem, “a chopsticks chineses”. Preparámo-nos para navegar no famigerado “Dragão do Rio Li”, a nossa poderosa lancha. O Rio Li é conhecido pelos seus cativeiros de lodo e pelos gigantescos barcos turísticos que transportam todos os dias biliões de chineses até à encosta da pequena localidade de Yang Shou. Assim partimos nesta cruzada pelo mar, entre algas e corais de lodo, no embalo das marés criadas por estes veículos hidráulicos, que revelaram ser uma praga durante 4 horas de viagem. O nosso “Dragão” contava com 4 lugares e meio, sendo Paivung o nosso contrapeso com precisão sub-milimétrica.

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    Tornámo-nos grandes amigos, desse grande marinheiro: “o Hamster do Rio Li”, que ao receber pequenas oferendas em forma de géneros os guardava religiosamente na sua bolsa marsupial, tal como nos momentos Kodac: “para mais tarde mastigar”. Passados 10 minutos de manobras a estibordo e a bombordo, o “Hamster” decidiu verter águas numa qualquer encosta do Rio Li. Nesse momento lembrámo-nos de vários filmes de guerra americanos, onde os vietnamitas saíam por de trás das árvores e rastejavam enfurecidamente pelo chão enlameado. Éramos os verdadeiros “bravos do pelotão”.

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    Durante toda a viagem reparámos que os gigantescos barcos turísticos eram multi-funções (tal como as impressoras), pois a cozinha tanto servia para cozinhar como para tomar banho, ou efectuar tarefas mais simples como lavar os pés.

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    Depois de nos deliciarmos com variadas paisagens de cortar a respiração, aportámos em Yang Shou.

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    A saída do barco revelou-se atribulada. Embora não tivéssemos perdido nenhum homem no rio, a bolsa do pequeno gnomo siberiano que continha uma máquina de filmar, caiu ao rio. Picos e Pauling numa manobra de salvamento e Paivung numa manobra de divertimento conseguiram recuperar tão precioso item.

    Com mais uma mala ensopada, seguimos para o local de almoço, onde o lema era: “Coma-os enquanto estão vivos!”. Este restaurante foi o primeiro a introduzir o conceito de menus vivos. Enquanto que num comum restaurante os menus são apresentados de forma escrita, neste os menus moviam-se e emitiam sons, podendo o cliente escolher o que desejava apontando o dedo (mas não muito perto!). De 4 especialidades da casa que foram pedidas, apenas 2 eram comestíveis, pelo menos por bocas ocidentais. Abandonámos o restaurante com a barriga exactamente no mesmo estado com que entrámos e com a carteira mais leve. É de realçar a facilidade com que se podia fazer “slalom” pelo chão do restaurante, uma vez que este se encontrava completamente escorregadio.

    Posto isto, rumámos a mais um destino desconhecido. A nossa guia, como tinha frequentado a mesma universidade da guia do dia anterior, tentou impingir-nos mais uma dezena de excursões, não obtendo qualquer resultado uma vez que já tínhamos tomado a vacina para este tipo de doença. Escolhemos prosseguir para as Caves do Buda Preto (Black Budha Cave), ao que a guia torceu o nariz, alegando que estas se encontravam cheias (porque será?). Tal não se revelou, e uma vez dentro das caves, que revelaram ser uma verdadeira relíquia desta China profunda, tentámos fugir a mais uma dezena de excursões megafonenses. Ao sair das caves, Paivung ainda teve tempo para simular uma queda, que a acontecer faria lembrar uma cena do tão conhecido filme “O Exorcista”.

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    A caminho do nosso táxi privado, Picos vislumbrou um anúncio no KFC que ilustrava “Pasteis de Belém”. A pergunta que se punha era: “Pasteis de Belém em Yang Shou?”. É claro que não! Eram apenas uns bolinhos de café que tinham a mesma forma, mas um sabor horrível. Ainda bem que não comprámos muitos.

    Posteriormente, em conversa com Rodrigo, Paivung informou-se acerca dos preços da viagem de avião de volta para Shangai. Este descobriu que ficaria pela módica quantia de 600 diracs por pessoa. O pânico generalizou-se até Paivung ter posto a hipótese de que esta quantia possivelmente era respeitante a um bilhete de ida e volta. Ao apercebermo-nos deste facto, entrámos numa contagem decrescente, tendo apenas 3 horas para: voltar para Guilin; comprar os bilhetes; fazer o check-out; ir para o aeroporto; fazer o check-in; e apanhar o avião. A acrescentar a este facto, o Ró em sincronização connosco, teria que comprar os bilhetes para Huangshan o mais rapidamente possível. Só uma pessoa poderia fazer com que isto fosse possível: Frank!

     

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    Ao chegarmos ao quartel-general de Frank, este revelou conseguir tudo em troca de uma boa maquia de diracs. Segundo aqueles que sobreviveram ás negociações com este chefe da máfia turística, a primeira frase proferida no início das negociações era: “I’m gonna make you a proposition you can’t refuse, or else you’ll be sleeping with the fishes!”. O poder de Frank era realmente abismal! Embora o avião estivesse lotado, ele conseguiu arranjar-nos 4 bilhetes, vá-se lá saber como.

    Fomos então fazer o check-out à pensão e o Paivung foi fazer outro tipo de check-out à casa de banho, pois já se encontrava com alguns espasmos e com uma ligeira tonalidade púrpura visível no rosto. Com a pressa toda ainda deixamos 200 diracs de gorjeta na pensão, que por coincidência correspondia ao dinheiro do depósito que tivemos que pagar quando fizemos o check-in. E como tudo acaba bem quando começa mal, lá chegamos ao aeroporto em tempo recorde dando ainda tempo para beber um cafezinho no aeroporto. Nesse café introduzimos um novo tipo de arte à base de rolos de papel higiénico e rosas artificiais. Relaxados, apanhámos o avião para Shangai, onde mais uma vez o pequeno gnomo manteve a pestana aberta durante todo o voo, não fosse o avião fazer das suas.

    A aterragem foi suave como a queda de um corpo humano de 1000 metros sobre uma montanha de calhaus e logo de seguida apanhámos o mini-bus para a casa do Ró. Ao chegarmos a casa do Ró, perto da 1:30 da manhã, esperámos durante 30 minutos que este viesse à porta ouvir a serenata: “Linda donzela vem à janela que a TABAS passa…”.

    O pessoal todo

     

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  • Rumo ao Sul

    ALVORADAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!

    Temos um avião para apanhar às 7:45 rumo a Guilin (como se pode depreender da leitura atenta do nosso blog, a pontualidade sempre foi ponto de honra destes viajantes). Sendo assim, às 5 e um quarto já estávamos todos a pé e prontinhos para apanhar um táxi rumo ao aeroporto!

    Já no vasto e airoso lobby do nosso hotel, pusemos em prática o ambicioso plano “operação buzina livre”. O objectivo era resgatar a buzina da bicicleta do Picos das mãos dos Pequinianos, essa buzina que tantos mitos e lendas gerou em Pequim no dia da nossa chegada. Tudo estava a correr como planeado…Paulo, Rafa e Paiva entretinham e obstruíam a visão da já conhecida recepcionista “Mau Zhinha Passa Para Ca Guy Ta”, enquanto Picos rastejava para fora do hotel em direcção ao parque de bicicletas. Infelizmente a buzina estava presa ao volante com um sistema de retenção automático, assistido por pneumáticos, vulgo parafuso, e não tínhamos a ferramenta necessária (chave de fendas) para desarmadilhar tamanho sistema de segurança. Foi aí que através de sinais complexos efectuados para o átrio do hotel o resto da equipa foi informada que a “operação buzina livre” tinha sido abortada. O insucesso tinha abalado o coração destes bravos, mas ainda tínhamos o avião para apanhar, e não íamos desistir nunca.

    Já no táxi e a caminho do Aeroporto, reparámos que as ruas, os carros, os telhados e tudo o que nos rodeava estavam completamente cobertos de pó/terra. Não fazíamos ideia do que poderia ter acontecido nessa noite, e só mais tarde percebemos pelas notícias que tinha havido uma tempestade de areia nessa noite, proveniente de um furacão da Mongólia.

     

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    Já depois do check-in, e com a devida antecedência, seguimos rumo ao portão de embarque com todo o tempo do mundo! Mas não podia ser tão simples…nunca é assim tão simples quando se trata de nós…Enquanto o Picos e o Paulo olhavam para a informação junto ao portão de embarque que dizia “FINAL CALL – Guilin”, Paiva e Rafa ainda se pavoneavam alegremente e com toda a descontracção pelas mercearias locais para comprar bolachinhas, suminhos, etc… A conclusão é simples…havia um avião com cerca de 200 passageiros à espera dos lords de Portugal que adoram mesmo é pisar o risco, sentir a adrenalina e caminhar no precipício! Felizmente seguimos viagem para Guilin. O Rafa acordado e o resto a dormir…o normal.

    Ao chegar a Guilin, não conseguimos fugir a uma teia tão bem montada e oleada…2 Chinesinhas simpáticas de aspecto saudável e com um Inglês compreensível estavam no balcão de informações do turismo e com muita simpatia, elucidaram-nos e delinearam à partida o nosso plano…guias, hotel, excursões…todinho o que era possível fazer naquela terra…enfim, só faltava definirem o que queríamos comer! Apesar dos preços não serem muito baratos, resolvemos reservar apenas o hotel e a primeira excursão privada, com destino a Guilin e arredores.

    No caminho para o hotel a paisagem mudou radicalmente! Os prédios foram substituídos por elevações e montes verdes nascidos sabe-se lá de onde, os bairros eram agora campos de cultivo de arroz, e os postes de electricidade eram agora árvores de bambu, muito lindo! Guilin foi desde logo baptizada como o Rio de Janeiro da China!!

    “Meidú Fandian” era o nome do nosso hotel que seguindo o nosso guia “Lonely Planet” estava descrito da seguinte forma: “A fresh place with friendly staff, the rooms are small, but a steal given the location”. O staff era de facto simpático, mas o quarto que nos encaminharam era algo de surreal! Para além de ainda não estar limpo, os lençóis tinham as já habituais e pitorescas pinturas chinesas amarelas, a casa de banho, mais uma vez sem banheira era do pior que já tínhamos visto, para não falar das meias do chão e dos cinzeiros com tabaco e cheiro insuportável. Não, não iríamos ficar naquele quarto…nem que chovessem chinezinhos!!! Fomos berrar para a recepção e felizmente não foi preciso muito tempo para nos darem novos quartos com outras condições, inclusivamente uma banheira (coisa nunca antes vista).

    Estava na hora da nossa primeira excursão e a nossa guia parecia simpática, apesar de ter emitido um estranho som quando se apercebeu que éramos apenas 4 rapazes! Seu nome era Chinchin e iria ser a nossa companhia para o resto do dia…

    Partimos desde logo em direcção a um monte e a paisagem era de facto incrível…esperava-nos um teleférico com 1600 m de comprimento. Por entre estradas e formações rochosas lindas e bem antes de chegar á base do teleférico a nossa querida guia pediu-nos para pagar de antemão 120 Zachinis por cada um! Achámos bastante estranho aquilo tudo, mas resolvemos aceder ao pedido. A teia de Guilin continuava a fechar todas as saídas…e nós a cair que nem patinhos!

    O teleférico era composto de cadeirinhas de duas pessoas tal como nas estâncias de skis, cuja única diferença era a existência de um apoio para os pés! A altura era bastante e o tempo da viagem também, o que deu espaço suficiente para ver a fantástica paisagem que nos rodeava… Na verdade nem toda a gente da nossa “irmandade” prestou a devida atenção…O nosso gnomo Siberiano revelava uma ligeira inquietude face à altura a que nos encontrávamos o que deu tempo para muitas gargalhadas! Qualquer movimento no teleférico em prol da obtenção de uma bela imagem da paisagem provocava no gnomo uma reacção imediata….”TÁ QUIETO!” enquanto se agarrava efusivamente aos poucos suportes visíveis!

    No topo da montanha, a visão não era clara o suficiente dado que havia muita neblina, mas ainda assim era espectacular! Foi então que começámos a perceber a jogada toda…através de três turistas diferentes, percebemos que eles tinham pago pelo nosso teleférico, 90, 60 e 40 Zachinis cada um! Upa upa! Estávamos a ser enganados e o regabofe ia começar! Chinchin…falaremos em breve!

     

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    A descida foi rápida mas o nosso gnomo queria apanhar o segundo tipo de teleférico disponível…um daqueles fechados, tipo Jardim Zoológico de Lisboa, mas infelizmente este pedido foi recusado pelos chineses, alegando que este era o teleférico para mulheres! Seguimos então viagem no teleférico normal!

    Estava na hora de confirmar no Ticket Office o verdadeiro preço da viagem mas as meninas nada nos disseram e bloquearam assim que viram a nossa guia a aparecer, como quem diz…nós somos da mesma gang! “Chinchin, we have to talk”. Pouca gente consegue resistir á pressão dos Portugas com os nervos em franja, e fizemos um ultimato à guia…Ou o preço fica para os 60 por pessoa, ou temos o caldo entornado. A Chinchin já soluçava e admitia que tinha inflacionado os preços, mas tudo ficou mais ou menos resolvido com umas cantorias após a seguinte e mítica frase:

    “Keep your smell”, ao que nós respondemos, “Keep your Smile you mean”, ao que ela retorquiu ”Ok ok, keep your smell” (a comunicação é e será sempre algo místico na China). A viagem continuou com a subida ao pico no centro de Guilin (Solitary beauty Peak) e foi neste espaço de tempo que, ao som de castelos de Beja a vozes, a nossa Chinchin estupefacta com tamanha sonoridade angelical nos comparou com a grande banda Backstreet Boys (Ainda hoje não sabemos se devemos interpretar tamanha afirmação como um elogio).

     

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    O pico é muito lindo e para terminar, a pedido da guia, fomos visitar uma fábrica de pérolas com tempo para uma palestra efectuada pelo mundialmente conhecido investigador de pérolas, “Feng Shui Ostras Men”. Qual palanque, qual centro de medicina oriental…de voz colocada (à filme Hollywoodesco), este investigador faz uma rápida mas completa dissertação sobre pérolas, demonstrando o processo e como as pérolas são muito mais baratas neste spot. O público, composto por 4 pessoas, nós, agradeceu. Esta passagem pela fábrica foi apenas um favor à guia, pois após não termos caído na sua esparrela, pouca hipótese tinha de nos convencer a fazer mais qualquer coisa. Muito queridos estes Portugas!

    O resto da tarde foi passado num cafezinho muito agradável á beira de um lago com vista para dois pagodes.

     

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    Só depois de efectuarmos a reserva de barco para o dia seguinte, que nos iria levar a YangShou através do rio Lee, fomos jantar a bela da comida chinesa ao Mac China para recuperar as calorias com carne a sério…ou não!

    A praça central de Guilin é muito agradável, cuja atracção principal é um hotel que todos os dias às 20:30 se transforma numa catarata onde litros de água escorrem pelas suas janelas para regozijo daqueles que passam!

    O dia já ia longo e regressámos à base para descansar os corpos e mentes exaustas dado que não tínhamos conseguido comboio para Huang Shan e não sabíamos bem o que fazer.

    Amanhã é dia de decisões: Voltamos para Shanghai e tentamos ir para HuangShan depois, seguimos para Hong Kong/Macau, esquecemos HuangShan?

    O pessoal todo

     

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  • Mistela à Pequim

    Para não variar, na noite anterior fizemos os planos para o dia seguinte e logo para o início do dia ficou “agendada” uma ida a Tiananmen pelas 7 da matina para ver os chinocas a fazer Tai Chi mas … e contra todos os indicadores…o nosso despertador siberiano não acordou! Resultado, lá aparecemos em Tiananmen por volta das 12! Soube bem descansar!
    Durante a nossa passeata por essa gigante praça, o Pequeno Gnomo tropeçou mais uma vez numa chinesinha como tantas outras que nos abordam, ora para tirar fotos com elas, ora para treinar o seu inglês. Ao início a reacção foi a esperada, ou seja, não dar grande bola! Mais algum tempo passado, aquela personagem simpática vestida de amarelo e com uma pala cor-de-rosa na cabeça onde se podia ler “SMILE”, foi cativando cada vez mais a nossa atenção. De facto aquela chinesinha de nome Limin tinha mais qualquer coisa que as restantes nem que não fosse 2 cursos superiores, simpatia e um inglês muito porreiro. Depois de muita conversa e de lhe perguntarmos quais os pontos-chave da cidade, lá iniciámos uma caminhada com ela até um mercado de rua brutal! Tudo ali era chinês e os únicos vestígios ocidentais éramos realmente NÓS!
     

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    Durante o passeio, deparámo-nos com uma bateria bem ao estilo chinês: um tambor e dois gongos dourados. Claro que o nosso ilustre membro Picos-San fez questão de dar um ar da sua graça e de clavas em punho espalhou o terror naquela rua para a alegria de vários transeuntes. De entre várias compras que lá fizemos é de realçar um fósforo que dura 6 anos. Já de barriga a roncar dissemos à Limin para nos levar a um restaurante chinês bom e tranquilo. De facto, destas duas premissas apenas a primeira rondou a verdade. Quanto à tranquilidade…tivemos como música de fundo durante todo, voltamos a repetir, todo o almoço, uma discussão acesa entre um amarelito esganiçado e uma chinesa que era uma mistura de Susaninha e Maria Callas, pois o timbre era o da Susaninha ou pior…mas o volume…senhuuooress…era incrível.

    Depois do almoço era hora de escolher um novo rumo e como num táxi só cabem 4 pessoas, era inevitável a indesejada despedida da nossa amiga. É incrível como um ser humano nos pode marcar desta forma em qualquer parte do mundo.

    O próximo destino levou-nos a caminho do mais emblemático templo Budista. Por entre pagodes e pagodes, chineses e chineses, budas e budas, lá fomos vagueando por aquele imenso mar de incenso até que chegámos ao auge de todo o complexo. No interior de um pagode aparentemente normal, vislumbrámos um pequeno Buda de apenas 28 metros de altura, esculpido a partir de uma só árvore. Incríve!. Visto e revisto todo este cenário lá saímos rumo ao infinito. À porta do templo um vasto mercado de incenso atravessou-se à nossa frente. Durante a missão em busca do melhor cheiro, Picos “O Barganhador”, embuído de todo o espírito de calma, respeito pelos outros e paz interior, não hesitou em regatear uns miseráveis 40 cêntimos com uma chinesinha cuja única função era vender pauzinhos cheirosos a quem passava.

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    De seguida, mais uma reunião para decidir qual o próximo passo. Visto este grupo ser uma democracia aberta e contra a vontade do pequeno gnomo siberiano, lá apanhámos pela primeira vez o famoso metro de Pequim rumo ao lago QUIAN HAI para mais uma borga nocturna. Mal saímos do metro deparámo-nos com a primeira cena de pancadaria chinesa. Um membro do esquadrão “Ping-Pong” contra um alcoolicamente enraivecido elemento do tão conhecido gang “Os Dragões Tsingtao”. Lá assistimos como se de um espectáculo de rua se tratasse. Seguindo pelas ruas, saboreámos um espectacular ananás cortado em 4, segundo a mundialmente conhecida mestria chinesa. No decorrer da caminhada demos por nós no meio de um mercado chinês, mas desta vez um mercado “fashion” onde se vendiam as mais variadas peças artesanais. No meio de toda esta panóplia chinesa não podíamos deixar de experimentar aquelas iguarias de rua tão conhecidas. A ementa de Rua foi:
     

    Paiva – Polvo flito à mandalim;
    Picos – Coxas de galinha engripada;
    Rapha – Salsicha Doggy Style.
     

    Prosseguimos rumo ao nosso já conhecido restaurante vietnamita, onde aí sim sabíamos que a comida era boa! De pança cheia, era hora de escrever posts. A caminho do táxi cruzámo-nos com um cenário incrível: um pátio cheio de chinocas de todas as idades a curtir um belo som distorcido “à lá venga boys”. 500 indivíduos a dançar venga Boys, de forma sincronizada, como se de uma valsa se tratasse, só mesmo aqui é que se encontra. Enquanto víamos este espectáculo, um grupo de 4 indivíduos artilhados com banquinhos amovíveis, aproximam-se de nós apalpando-nos os ombros. Tratava-se de um grupo de massagistas de rua. Paiva, Picos e Paulo experimentaram estas massagens que por sua vez foram brutais. O Rafa passou o tempo todo a fugir de um pseudo-massagista bidente (apenas possuía 2 dentes), que teimava em lhe acariciar as omoplatas! Massagem feita e nódulos desfeitos lá fomos a caminho de um cyber-café. Quando chegámos, deparámo-nos com uma sala imensa cheia de PC’s onde só havia 1 cinzeiro: o CHÃO! Por entre beatas e beatinhas lá encontrámos o caminho para o nosso PC onde escrevemos mais uma etapa da nossa aventura. Objectivo completado, era hora de ir ter com os nossos amigos do clã “Penugem Sheraton Hotel” para desfrutar de mais uma requintada noite.

    O pessoal todo

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  • Pequim – Muralha da China

    Eram 7:45 quando uma carrinha de turismo nos apanhou no nosso já descrito hotel. Ainda bem que fomos os primeiros a ser recolhidos, isto porque inibiria os restantes turistas de ficarem melindrados com as nossas instalações, dado que as suas eram bastante mais modestas.
    Com isto partimos para o primeiro tour na expectativa de passarmos o dia na Muralha da China e visitar duas lojitas. Mas não… Claro que nunca poderia ser assim tão simples! Na realidade passámos o dia em grandes megastores de medicina Oriental e pedras Jade, sobrando ainda tempo para dar um saltinho à muralha.
    Então foi assim:
    1. Fábrica de Jade – Complexo gigantesco, repleto de amarelinhos que se colavam aos pés e que se acotovelavam para ver uma quantidade enorme de pedras de Jade que segundo eles trazem tudo de bom! à saída, Picos torna-se um mágico com argolas.
    2. Túmulos Ming – Sempre atentos à bandeirinha amarela da nossa guia lá seguimos rumo aos túmulos de várias gerações desta vasta Dinastia Ming. Até que foi interessante.

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    3. Centro de Medicina Oriental – Após a passagem por uma sala repleta de fotografias e artigos relativos à medicina tradicional chinesa, entre os quais destacamos o belo do elixir de cobra com algas e nóz moscada. Em seguida fomos levados para uma sala onde nos deparamos com uma estratégia de marketing completamente inovadora:
    Objectivo – Vender produtos medicinais em grandes quantidades numa janela temporal não superior a 5 minutos.
    Estratégia – Vestir tres indivíduos de idade avançada e com ar experiente, visível pelo número de diopetrias, com uma bata branca. Apresentá-los à audiencia, nós, debaixo de uma calorosa ovação, criando a ideia que estamos diante da mais alta autoridade de medicina Oriental. Os budas da medicina Chinesa!
    Acção em 5 minutos:
    0 mins – Jovem aprendiz de bata rosinha enumera as vantagens e diferenças entre a medicina Oriental e Ocidental alegando…muito.
    2 min 59 sec – Entram os budas da medicina
    3 min 19 sec – Salva de palmas
    4 min 15 sec – Médico pergunta individualmente quais os males que nos apoquentam.
    4 min 20 sec – São-nos diagnosticadas várias doenças mortais, entre as quais:
    Paiva – Sonite, custadite, e solucite (Tempo de vidas: 1 mês/ Cura: 100 Euros em chás)
    Rafa – Ressonite e madruguite (Tempo de vidas: 1 mês / Cura: 100 Euros em chás)
    Paulo – Ombrite desloquite e prendite ventrite (Tempo de vidas: 1 mês/ Cura: 100 Euros em chás)
    Picos – Está óptimite (Tempo de vidas: 1 mês/ Cura: 100 Euros em chás)
    Consegue-se aqui distinguir um padrão… Tudo acaba em ITE. 

    E assim saímos satisfeitos em direcção à muralha. ERRO!!! Esperáva-nos entretanto um requintado buffet privado com cerca de 5 mil amigos. Nunca na nossa vida tinhamos almoçado com tanta gente…Qual baptizado…qual casamento…a foto fala por si!

     

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    Finalmente chegámos a muralha e a sua dimensão e de facto de tirar a respiração. Milhares de Km de pura força humana não é para qualquer um.

     

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    É de facto uma das maiores maravilhas do mundo.

    No entanto é bom referir que visitar a muralha num sábado á tarde não é boa ideia face ao movimento massivo de turistas chineses.
    Digestão feita, e depois de muito palmilhar regressámos ao hotel e como já referimos anteriormente fomos os últimos a ser largados de forma a não causar inveja ao resto do grupo.
    Resolvemos ir para a night de Pequim e acabámos por passar tres horas num bar cuja dona seria concerteza a Chinesa mais, como assim dizer, eufórica de todo o Beijing, proclamada por nós, desde logo, a princesa LUKA LUKA! Leia-se Look…Look. à saída do bar, e com as ruas desertas, descobrimos que a noite em Pequim termina cedo.

    O pessoal todo

     

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  • Quatro Patos à Pequim

    Já o sol raiava às 5 da matina quando um pequeno gnomo siberiano irrompe pela porta do vagão e sem dó nem piedade grita: IRRA que a porta está fechada!Abram!!Vamos tomar o pequeno almoço ao bar! Ao que um ser do sexo feminino de um metro e quarenta responde ao apelo, ainda com cheiro a peúgas (ver post anterior quanto ao cheiro): Uó men shuíjiáó Picos san e Paiva san (leia-se: entre que o Picos e o Paiva estão a dormir.).

    Após a debandada do pequeno Siberiano, Picos e Paiva olham estupefactos um para o outro e desvenlindram: Chiça!!!Que desvelindranço foi este?O gnomito está maluco!Ainda é muito cedo!!! Ao que parece veio-se a saber por portas travessas que já às tres da manhã esse tal indivíduo já havia feito uma primeira investida junto de Pauling. Convém referir que o bar apenas abria às 6 e 15 da matina:)

    Viagem completa, Pequim espera-nos!!

    Mal chegámos tivemos o primeiro contacto com a vasta, complexa e eficiente teia mafiosa chinoca liderada pelo Mandarim – O rei da penugem! A sua escória conduziu-nos então para os seus aposentos de luxo segundo os padrões da China do séc. XII.

     

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    Instalados na suite presidencial do famigerado hotel de menos 3 estrelas “CLÃ PENUGEM SHERATON HOTEL“, tivemos o nosso primeiro contacto com as respectivas instalações que passamos a descrever:

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    1. Quarto com entrada principal que dista espaçosos e confortáveis 10 cm da primeira cama, e 25cm da segunda, com disposição paralela.

    2. Lençóis com manchas amarelas delineadas à mão, dispostas segundo os mais altos padrões de acupunctura oriental.

    3. Decoração com figuras míticas da dinastia DISNEY MING, como por exemplo: Rato Ming, Pato Donald à Pequim, entre muitos outros..

    4. Sanita requintadamente preparada para entupir na primeira utilização, com pedaços de papiro higiénico, entre outros pedaços…

    5. Chuveiro com cabo inox de 25 cm, com sistema automático de escoamento, vulgo ralo, posicionado de forma estratégica no chão da casa de banho (entenda-se, não havia banheira ou poliban).

     

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    Posto isto, resolvemos alugar 4 veículos de luxo para nos acompanhar nas nossas deligências. Basicamente arranjamos 4 bicicletas! De mapa em riste, partimos directamente para Tiananmen e a sua Cidade Proibida. Estacionando os veículos nos arredores do perímetro circundante, fomos conhecer esse pequeno mundo dos imperadores chineses das dinastias Ming e Qing. É de facto estrondoso a dimensão dos templos, praças, pagodes, pagodes, pagodes, pagodes…que por aqui foram construídos. A cidade proíbida estava repleta de pequenos chineses de chapéus de diversas cores, que seguiam as suas respectivas guias de bandeira erguida e megafone em riste, fazendo distorção em todas as frequências reconhecidas pelo ouvido humano. Cenário apenas comparável com as edições dos saudosos Jogos Sem Fronteiras, faltando apenas o Iládio Climax.

     

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    Depois de muito palmilhar, regressámos felizes e contentes para junto das nossas máquinas, só que nem todas estavam lá. É verdade, tinhamos acabado de ser GAMADOS em plena praça de Tiananmen (um dos sítios mais vigiados do mundo), á grande e á chinesa. O bólide do Rafa tinha misteriosamente desaparecido. Nada havia a fazer, a não ser enfrentar o clã da penugem e dar-lhe a terrível notícia sobre o que havia acontecido. Montado no lugar do pendura, mais conhecido por parte de trás da bicicleta, Rafa cavalgou a “passo doble” no maquinão de Picos San. É de referir que esta máquina não possuia qualquer sistema de travagem, ou de arrefecimento, embora possuisse uma buzina que iremos tentar levar para Portugal (uma história a deslinvindrar).

     

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    Foram 20 minutos intensos de pura adrenalina a tentar que o clã da penugem se pronunciasse sobre a resolução deste problema. Conclusão: regateamos o roubo da bicicleta…

    Rafa escolheu um novo bólide, estranhamente IGUAL ao anterior, e voltámos para os apinhados cruzamentos de Beijing (Pequim). Foi a loucura!

    A orientação dentro da cidade não é de todo fácil, regendo-se pela regra da direita, esquerda, frente e trás. Niguém se orienta! Imaginem o que é andar numa cidade onde os nomes das ruas são imperceptíveis, as pessoas náo falam Inglês e fogem de nós quando abordadas e onde o mapa da cidade está parcialmente cartografado. Foi preciso 1 hora para darmos com o centro de informações turísticas e mais 1 hora para que nos conseguissem emitir 4 bilhetes de avião para Guillin.

    Descobrimos por acaso as “docas” de Pequim, onde jantámos a bela da comida chinesa, num restaurante que aparentemente e segundo o Paiva estava vazio (para a próxima convinha que olhasses para a sala de jantar e não uma outra sala qualquer!). Correu tudo bem e não fosse o arroz deslavado, este teria sido um jantar perfeito.

    O regresso proporcionou-se à noite pelas ruas de Pequim, por volta das 23h30, onde os nossos bólides deslizaram à velocidade da luz, que era emitida através de uma pequena lanterna acoplada no cestinho das compras do Picos. A corrente saltou várias vezes de diversas bicicletas, o que fez com que as nossas mãos, caras e roupa ficassem extremamente oleadas.

    Em Tiananmen vimos um papagaio.

     

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    Chegámos 10 minutos antes do recolher obrigatório das bicicletas e de mais de 98% da população chinesa. Embora a chegada tivesse sido tardia, ainda deu tempo para assistir a um “peepino show”, ofertado pela famosa recepcionista “Mau Zhinha Passa Para Ca Guy Ta”, que sempre que sentia a presença de dinheiro, iniciava o ritual do “esfrega, esfrega as mãozinhas” e do “passa para cá a guita”, dando pulos de alegria que não ultrapassavam os 5 cm de altura, mas que permitiam o vislumbrar do seu bigode por de trás do pequeno balcáo. Este show consistiu no manjar sensual de um pepino, verde, farto e suculento, ao som de Tony Beijing.

     E foi assim o nosso primeiro dia em Pequim, a cidade dos Pagodes, e Pagodes…e Pagodes…

     O pessoal todo

     

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