Rumo ao Sul

ALVORADAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!

Temos um avião para apanhar às 7:45 rumo a Guilin (como se pode depreender da leitura atenta do nosso blog, a pontualidade sempre foi ponto de honra destes viajantes). Sendo assim, às 5 e um quarto já estávamos todos a pé e prontinhos para apanhar um táxi rumo ao aeroporto!

Já no vasto e airoso lobby do nosso hotel, pusemos em prática o ambicioso plano “operação buzina livre”. O objectivo era resgatar a buzina da bicicleta do Picos das mãos dos Pequinianos, essa buzina que tantos mitos e lendas gerou em Pequim no dia da nossa chegada. Tudo estava a correr como planeado…Paulo, Rafa e Paiva entretinham e obstruíam a visão da já conhecida recepcionista “Mau Zhinha Passa Para Ca Guy Ta”, enquanto Picos rastejava para fora do hotel em direcção ao parque de bicicletas. Infelizmente a buzina estava presa ao volante com um sistema de retenção automático, assistido por pneumáticos, vulgo parafuso, e não tínhamos a ferramenta necessária (chave de fendas) para desarmadilhar tamanho sistema de segurança. Foi aí que através de sinais complexos efectuados para o átrio do hotel o resto da equipa foi informada que a “operação buzina livre” tinha sido abortada. O insucesso tinha abalado o coração destes bravos, mas ainda tínhamos o avião para apanhar, e não íamos desistir nunca.

Já no táxi e a caminho do Aeroporto, reparámos que as ruas, os carros, os telhados e tudo o que nos rodeava estavam completamente cobertos de pó/terra. Não fazíamos ideia do que poderia ter acontecido nessa noite, e só mais tarde percebemos pelas notícias que tinha havido uma tempestade de areia nessa noite, proveniente de um furacão da Mongólia.

 

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Já depois do check-in, e com a devida antecedência, seguimos rumo ao portão de embarque com todo o tempo do mundo! Mas não podia ser tão simples…nunca é assim tão simples quando se trata de nós…Enquanto o Picos e o Paulo olhavam para a informação junto ao portão de embarque que dizia “FINAL CALL – Guilin”, Paiva e Rafa ainda se pavoneavam alegremente e com toda a descontracção pelas mercearias locais para comprar bolachinhas, suminhos, etc… A conclusão é simples…havia um avião com cerca de 200 passageiros à espera dos lords de Portugal que adoram mesmo é pisar o risco, sentir a adrenalina e caminhar no precipício! Felizmente seguimos viagem para Guilin. O Rafa acordado e o resto a dormir…o normal.

Ao chegar a Guilin, não conseguimos fugir a uma teia tão bem montada e oleada…2 Chinesinhas simpáticas de aspecto saudável e com um Inglês compreensível estavam no balcão de informações do turismo e com muita simpatia, elucidaram-nos e delinearam à partida o nosso plano…guias, hotel, excursões…todinho o que era possível fazer naquela terra…enfim, só faltava definirem o que queríamos comer! Apesar dos preços não serem muito baratos, resolvemos reservar apenas o hotel e a primeira excursão privada, com destino a Guilin e arredores.

No caminho para o hotel a paisagem mudou radicalmente! Os prédios foram substituídos por elevações e montes verdes nascidos sabe-se lá de onde, os bairros eram agora campos de cultivo de arroz, e os postes de electricidade eram agora árvores de bambu, muito lindo! Guilin foi desde logo baptizada como o Rio de Janeiro da China!!

“Meidú Fandian” era o nome do nosso hotel que seguindo o nosso guia “Lonely Planet” estava descrito da seguinte forma: “A fresh place with friendly staff, the rooms are small, but a steal given the location”. O staff era de facto simpático, mas o quarto que nos encaminharam era algo de surreal! Para além de ainda não estar limpo, os lençóis tinham as já habituais e pitorescas pinturas chinesas amarelas, a casa de banho, mais uma vez sem banheira era do pior que já tínhamos visto, para não falar das meias do chão e dos cinzeiros com tabaco e cheiro insuportável. Não, não iríamos ficar naquele quarto…nem que chovessem chinezinhos!!! Fomos berrar para a recepção e felizmente não foi preciso muito tempo para nos darem novos quartos com outras condições, inclusivamente uma banheira (coisa nunca antes vista).

Estava na hora da nossa primeira excursão e a nossa guia parecia simpática, apesar de ter emitido um estranho som quando se apercebeu que éramos apenas 4 rapazes! Seu nome era Chinchin e iria ser a nossa companhia para o resto do dia…

Partimos desde logo em direcção a um monte e a paisagem era de facto incrível…esperava-nos um teleférico com 1600 m de comprimento. Por entre estradas e formações rochosas lindas e bem antes de chegar á base do teleférico a nossa querida guia pediu-nos para pagar de antemão 120 Zachinis por cada um! Achámos bastante estranho aquilo tudo, mas resolvemos aceder ao pedido. A teia de Guilin continuava a fechar todas as saídas…e nós a cair que nem patinhos!

O teleférico era composto de cadeirinhas de duas pessoas tal como nas estâncias de skis, cuja única diferença era a existência de um apoio para os pés! A altura era bastante e o tempo da viagem também, o que deu espaço suficiente para ver a fantástica paisagem que nos rodeava… Na verdade nem toda a gente da nossa “irmandade” prestou a devida atenção…O nosso gnomo Siberiano revelava uma ligeira inquietude face à altura a que nos encontrávamos o que deu tempo para muitas gargalhadas! Qualquer movimento no teleférico em prol da obtenção de uma bela imagem da paisagem provocava no gnomo uma reacção imediata….”TÁ QUIETO!” enquanto se agarrava efusivamente aos poucos suportes visíveis!

No topo da montanha, a visão não era clara o suficiente dado que havia muita neblina, mas ainda assim era espectacular! Foi então que começámos a perceber a jogada toda…através de três turistas diferentes, percebemos que eles tinham pago pelo nosso teleférico, 90, 60 e 40 Zachinis cada um! Upa upa! Estávamos a ser enganados e o regabofe ia começar! Chinchin…falaremos em breve!

 

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A descida foi rápida mas o nosso gnomo queria apanhar o segundo tipo de teleférico disponível…um daqueles fechados, tipo Jardim Zoológico de Lisboa, mas infelizmente este pedido foi recusado pelos chineses, alegando que este era o teleférico para mulheres! Seguimos então viagem no teleférico normal!

Estava na hora de confirmar no Ticket Office o verdadeiro preço da viagem mas as meninas nada nos disseram e bloquearam assim que viram a nossa guia a aparecer, como quem diz…nós somos da mesma gang! “Chinchin, we have to talk”. Pouca gente consegue resistir á pressão dos Portugas com os nervos em franja, e fizemos um ultimato à guia…Ou o preço fica para os 60 por pessoa, ou temos o caldo entornado. A Chinchin já soluçava e admitia que tinha inflacionado os preços, mas tudo ficou mais ou menos resolvido com umas cantorias após a seguinte e mítica frase:

“Keep your smell”, ao que nós respondemos, “Keep your Smile you mean”, ao que ela retorquiu ”Ok ok, keep your smell” (a comunicação é e será sempre algo místico na China). A viagem continuou com a subida ao pico no centro de Guilin (Solitary beauty Peak) e foi neste espaço de tempo que, ao som de castelos de Beja a vozes, a nossa Chinchin estupefacta com tamanha sonoridade angelical nos comparou com a grande banda Backstreet Boys (Ainda hoje não sabemos se devemos interpretar tamanha afirmação como um elogio).

 

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O pico é muito lindo e para terminar, a pedido da guia, fomos visitar uma fábrica de pérolas com tempo para uma palestra efectuada pelo mundialmente conhecido investigador de pérolas, “Feng Shui Ostras Men”. Qual palanque, qual centro de medicina oriental…de voz colocada (à filme Hollywoodesco), este investigador faz uma rápida mas completa dissertação sobre pérolas, demonstrando o processo e como as pérolas são muito mais baratas neste spot. O público, composto por 4 pessoas, nós, agradeceu. Esta passagem pela fábrica foi apenas um favor à guia, pois após não termos caído na sua esparrela, pouca hipótese tinha de nos convencer a fazer mais qualquer coisa. Muito queridos estes Portugas!

O resto da tarde foi passado num cafezinho muito agradável á beira de um lago com vista para dois pagodes.

 

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Só depois de efectuarmos a reserva de barco para o dia seguinte, que nos iria levar a YangShou através do rio Lee, fomos jantar a bela da comida chinesa ao Mac China para recuperar as calorias com carne a sério…ou não!

A praça central de Guilin é muito agradável, cuja atracção principal é um hotel que todos os dias às 20:30 se transforma numa catarata onde litros de água escorrem pelas suas janelas para regozijo daqueles que passam!

O dia já ia longo e regressámos à base para descansar os corpos e mentes exaustas dado que não tínhamos conseguido comboio para Huang Shan e não sabíamos bem o que fazer.

Amanhã é dia de decisões: Voltamos para Shanghai e tentamos ir para HuangShan depois, seguimos para Hong Kong/Macau, esquecemos HuangShan?

O pessoal todo

 

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