• II Expedição “Rumo aos Picos”

    Olá amigos,

    Hoje, depois de um grande jogo de futebol que vai acontecer ali pelos lados da estádio da Luz começa mais uma brutalíssima expedição aos “Picos da Europa“, desta feita com 4 indivíduos que juntos partem à descoberta daquela fantástica região Cantábrica e dos seus inacreditáveis trekkings!

    Potes, mais uma vez é o destino do acampamento base onde um apartamento de 2 quartos situado ao lado de um restaurante com fartas CHULETAS aguarda ansiosamente pela nossa chegada! Potes fica também bem perto de um dos nosso objectivos desta viagem, trekking em Fuente Dé, bem no Maçico Oriental!

    Aliás, poderão ver pela seguinte imagem o brutal que vai ser…é que as previsões dizem que vai estar sol, e estes picos com sol ficam divinais!

    Ir para a  webcam Fuente Dé - Picos de Europa - Cantabria - España in Europa / Espanha / Fuente Dé

    Arrancamos manhana bem cedo, eu, o meu irmão, o Paiva e o incontornável Paulo, que promete bater records de subida e descida de montanhas ao “pé-coxinho”!lol

    O pit stop será em Vila Real, algures hoje durante a madrugada…  🙂

    Sigam-nos no blog que estará como devem imaginar, actualizadíssimo!!

    Luís M.

  • 800m de altura em 3 minutos!

    Olá amigos!

    Antes de passar a qualquer descrição do dia, confirmo mais uma vez o extraordinário isolamento das paredes do hotel “La Cabana”. Ao nosso lado esquerdo temos um casal espanhol, e com esta me fico.

    Bom, continuando…

    Hoje batemos qualquer record que possa existir em termos de subida rápida em altitude! Depois de 2 dias com trekkings intensos, subidas e descidas extremamente lentas e custosas, fizemos o impossível, e subimos 1800m em cerca de 3 minutos simplesmente agarrados a um cabo, e tudo isto mediante o simples pagamento de 15,50 €. A palavra que muda todo o texto acima é “Teleférico”, também conhecido como “o melhor amigo do montanhista cansado” 🙂

    Apesar das previsões meteorológicas pouco animadoras, e apesar de termos pensado num outro trekking de início, decidimos na mesma seguir até “Fuente Dé”, um local a 14 Km do nosso hotel e que fica mesmo na base do maciço central do Parque Natural Picos da Europa.

    Ao chegarmos, deparámo-nos com uma bruta parede vertical, com o topo coberto por uma imensa neblina, e em direcção a essa neblina, um teleférico seguro a um cabo que simplesmente desaparecia ao chegar perto do topo… Foi então que decidimos, VAMOS!!!! 😉 Foi uma viagem rápida, em direcção ao infinito da montanha, e como previsto, depois de vermos o chão a uma monstruosa altitude, entrámos na neblina, e já nem para a frente nem para trás viamos nada!

    20111008 - Fuente Dé.jpg

    A base do teleférico, já bem incrustada na montanha é o ponto de partida para mais alguns trekkings, mas como grandes alpinistas que somos, deixámos os grupos do Inatel com os seus sapatos de vela irem à frente para abrirem caminho no nevoeiro, mas sempre, connosco no seu alcance, não fossem precisar de alguma ajuda… 😉 Foi um trekking super cansativo de 30 minutos, mas muito muito intenso no meio da bruma… Ainda hoje não percebemos se de facto nessa meia hora começámos a subir alguma coisa, mas isso fica para a próxima.

    20111008 - Fuente Dé1.jpg

    A nossa prestação no trekking de “Fuente Dé” resume-se a 4 silabas…”RI-DI-CU-LA”, e que se deve em grande parte a uma aprumada condição física do Paulo que no meio de espasmos incontroláveis dos seus gémeos, juntando um latejar de dor do seu dedo grande do pé direito, que duplicou em 48 horas, criou um passo de dança denominado “MountainWalk” que consiste numa marcha lenta em frente com uma guinada forte à direita da sua perna esquerda, provocando um aparente desiquilibrio mas sempre controladíssimo 😉
    Nota: Nunca tentem este passo à beira de escarpas ou precipícios, dada a mestria necessária para o dominar correctamente. Se pretenderem efectuar o mesmo em terreno plano, peçam ajuda a profissionais.

    Depois de um trekking tão cansativo, tivemos de nos vingar e comer costoletas com 500gr de carne simplesmente divinais, acompanhadas por um tinto do Douro Espanhol, que não chega aos calcanhares do nosso, mas não foi por isso que ficou na garrafa… Agora falando bem a sério, ao longo dos últimos dias temos comido muiiiito bem na Cantábria. Esqueçam lá as tapas…aqui tratam-se muito bem e a carne é simplesmente fantástica!

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    Como devem imaginar, e porque o dia não estava para caminhadas, resolvemos passear de carro por entre esta brutal região, e no meio de caminhos pouco explorados, vivemos como normal, uma nova interacção com a fauna local:

    1. Um esquilo tentou acertar-me com uma noz;

    2. 2 porcos fizeram-me correr a pensar que eram javalis;

    3. Não é fauna, mas o Paulo conheceu uma espécie de guarda florestal com cara de poucos amigos a tentar perceber que raio é que 2 Tugas andavam a fazer no meio da montanha numa zona nada turística… À pergunta deste guarda, o Paulo respondeu: “Tranquilo…no passa nada!”, enquanto gritava “Picos, desce…desce rápido que está aqui um senhor!!”

    Nota: Convém referir que o carro estava estacionado no meio da estrada e eu tinha levado a chave do mesmo em perseguição de  supostos javali estrada acima 🙂

    A noite terminou com umas canhas no centro de Potes, e a promessa de cá voltarmos rapidamente para vermos os 95% de coisas que ainda faltam ver nos Picos da Europa!

    20111008 - Fuente Dé2.jpg

    FOI BRUTAL 🙂
    Bjs e abraços, amanhã Vila Real e depois Lisboa,

    Luís M. e Paulo Alves

  • Perseguidos por cabras!!!

    Olá amigos!

    Hoje, e depois do tareão do trekking de ontem o dia para nós começou por volta das 10 da manhã! Descanso precisava-se 🙂

    Foi durante o pequeno-almoço que planeámos o dia e onde decidimos fazer um trekking que começava depois do teleférico de “Fuente Dé”, directo para o meio das altas montanhas dos Picos da Europa! Acontece que quando saimos à rua em poucos instantes mudámos os nossos planos. É que ao olhar para as montanhas vimos nuvens à grande lá bem no topo que nos fizeram pensar duas vezes no plano traçado… A confirmação surgiu na recepção do hotel onde vimos no pc uma Web Cam em directo de “Fuente Dé” e constatámos:

    1- Não iamos ver nada;

    2- Íamos rapar um frio do camandro;

    3- Estava a chover;

    Claro que não podíamos desanimar e uns minutos depois já estavamos a caminho de um novo Trekking, desta feita num monumental desfiladeiro cavado por um rio. Prometia e o próprio caminho até chegar à base do trilho era indiscritivel!!!

    20111007 - Urdon.jpg

    O trilho começa em Urdon, junto a uma estação geradora de electricidade, bem em cima de um pequeno rio entre duas paredes verticais por si só bem imponentes. Ao longo de um rio gelado e transparente, e entre brutas e monstruosas escarpas, caminhámos cerca de 15 minutos quando começámos a ver as primeiras azeitonas, também referidas como caganitas de cabras no nosso caminho, mas cabras não as viamos…

    20111007 - Urdon1.jpg

    Uns minutos depois e o Paulo avistava pela primeira vez as nossas amigas, numa espécie de manada, lá em cima na escarpa, num lugar tudo menos acessível e simplesmente divinal. As “cabras-montesas”, assim chamadas, vivem nas montanhas e movimentam-se na rocha tão bem como nós nos movimentamos no chão e isso foi sem dúvida algo que nos fascinou bastante instante. Ora vejam se as descobrem na próxima foto….

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    Continuámos a subir, e por sinal as cabras começaram a descer, até que nos encontrámos pela primeira vez face a face à hora de uma pequena pausa para um snack… Foi um fartote de fotografias, e tudo estava óptimo até o bode chegar, e com ele chegou um cheiro insuportável que após uns minutos nos fez seguir o nosso caminho.
    A partir desse instante, começa a perseguição!! Lideradas por uma cabra com um badalo, a manada seguiu-nos em fila pirilau a uma distância média de cerca de 5, 10 metros, mas quando nós parávamos, elas paravam, quando avançávamos, elas avançavam. Entretanto começaram a ganhar algum terreno, e em breve e quando já estavam muito perto de nós vimo-nos forçados a erguer os nossos cajados, dizer umas palavras e assustar os animais que com os cornos e a proximidade já nos intimidavam bastante!

    20111007 - Urdon2.jpg

    Se calhar queriam comida, se calhar queriam festas, se calhar queria conversar, enviar algum sms, ou pedir algo, mas acham que ficámos lá à espera !?!?! Nada disso! Para cima era o caminho 🙂 Curtam só elas a olhar para nós bem curiosas…

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    Seguiu-se uma monumental subida, sempre aos “ésses”, junto a grandes precipícios, mas com espaço suficiente para não sentirmos qualquer tipo de vertigens, e subimos, e subimos dos 100 aos 400 metros com uma rapidez incrível, até que em La Bargona, e depois do nosso almoço começou a chover, o vento levantou-se, e resolvemos descer e não arriscar até porque já tinham passado umas boas 2h e 30m.

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    A descida foi lenta, parámos para rever as nossas amigas cabras que se abrigavam junto a uma monumental falha na rocha, e sem pressas tirámos as últimas fotografias, desta feita já com impermeável e chapéu vestido para nos proteger do frio 🙂

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    Foi brutal, valeu completamente a pena e aguardamos ansiosamente o dia de amanhã… Pode ser que “Fuente Dé” esteja acessível! Assim esperamos!

    bjs e abraços,

    Luís M. e Paulo Alves

  • O regresso dos Puristas da Montanha

    Olá amigos!

    Os verdadeiros Puristas não sobem 300 metros e regressam, os verdadeiros puristas vão até ao cume, os verdadeiros puristas deparam-se com vacas no seu caminho e seguem em frente, os verdadeiros puristas regressam quase de noite das suas caminhadas, os verdadeiros puristas são enfim…malucos 😉

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    A caminhada não começou tão cedo como esperávamos, mas um dos seu momentos mais altos aconteceu logo 15 minutos depois do seu início… De cajado na mão, caminhando tranquilamente numa estrada de terra ainda sem um grande declive mas com um bosque à direita e um imenso vale verdejante à esquerda, Monteiro e Alves deslocavam-se entusiasmados e a conversar quando de repente ouviram um forte barulho…

    Imediatamente juntámo-nos um ao outro, erguemos o cajado e ficámos congelados e com os olhos a tentar perceber que raio de animal vinha aí tão rápido a descer a encosta… Breves segundo depois, e imponentemente aos saltos, surge um veado a grande velocidade, que se atravessa literalmente a poucos metros de nós, passa a estrada, salta um bruto arame farpado e desaparece depois do vale à nossa esquerda…. Ficámos loucos!!! Tanto queriamos ver animais que nos primeiros metros da caminhada, pimba, um veado selvagem que se atravessa a uns míseros 5 metros de distância com um bruto speed 🙂 Belo inicio este não acham!??! Quanto à fotografia, fica para a próxima que ainda não conseguimos retirar a máquina da mala, ligá-la e sacar um foto em 2 segundos!

    Em seguida continuamos a subir, e rapidamente nos apercebemos que a coisa não ia ser tão fácil assim… A inclinação durante as HORAS que se seguiram foi sempre uma verdadeira ESTUPIDEZ! O que era outra estupidez era a paisagem que se ia tornando cada vez mais imponente à medida que subiamos! Vales, montanhas, florestas, picos e mais picos, brutal mesmo!

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    Depois de muitas vacas, cavalos e refúgios, na ermita da Nossa Senhora da Luz a cerca de 1350m de altitude, onde supostamente iamos tomar a variante e voltar a descer por outra encosta, não o fizemos…o entusiasmo era tal que decidimos tentar atingir o cume, o Pico El Cuernón, com 2046m… “ERRRO”! (A verdade é que a ideia já vinha no nosso sub-consciente desde o início, mas só neste ponto foi declarada oficial… “ERRO x 2”

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    Subimos, e subimos pa caraças, custando por vezes perceber qual o trilho a seguir, mas felizmente a ajuda de algumas indicações típicas de caminheiros (pedras empilhadas), lá nos fomos guiando montanha acima. Já com o cume bem visível, chegamos o mais perto possível mas a difícil caminhada final aliada a uma nuvem que o cobria totalmente fez-nos “descer” à terra, e perceber que se calhar, a brutal visão que tinhamos no momento já era suficiente, e muito provavelmente não ficaria nada a dever à visão final. Estimamos que subimos até uns 1800m!

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    Começámos a descer, e para além de nós também a tal nuvem do cume desceu, e tão rapidamente tirávamos fotos a rir, como rapidamente nos apercebemos que estávamos dentro de uma nuvem, e meus amigos, a nossa orientação nesta altura num trilho não marcado fica bem mais complicada e causa alguns arrepios na espinha… Lá nos safámos, com um ou outro engano, e já com a nuvem lá atrás, o caminho ficou livre para o regresso a Somaniezo..

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    Estamos cansados, mas amanhã há mais, se as condições assim o permitirem!!

    bjs e abraços,

    Luís M. e, agora sim, Paulo Alves!!!

    PS: Segue a pergunta/adivinha do dia! Na próxima foto ESTAMOS A SUBIR, OU ESTAMOS A DESCER ? Respondam em comentários 😉

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  • Potes de Montanhas

    Olá amigos!

    Foram cerca de 500 km palmilhados hoje em direcção a Cantábria, mais concretamente a Potes, uma pequena Vila situada no sopé do Parque Nacional Picos da Europa.

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    O que vale é que o gasóleo é muito mais barato, e pudemos atestar o depósito…

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    Pelo caminho, não queremos deixar de referir o almoço nas bordas de um riacho, que foi o melhor que se conseguiu arranjar entre vários planaltos que nos acompanharam pelo caminho. Tendo em consideração um fantástico almoço preparado pela mãe Dolores, e que supostamente continha bola de carne e covilhetes, qual não foi o nosso espanto quando em vez dos suculentos covilhetes (empadas de carne) nos deparámos com 4 monumentalmente calóricas bolas de berlim… lá teve de ser, e morfámos logo uma cada um!

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    Para além disso, e já a salivar por montanhas, passámos por uma brutal barragem cuja albufeira é uma coisa simplesmente monstruosa (Vicente, vê lá se está tudo ok. É que nos pareceu que havia uma fuga…Se precisares diz que podemos tapar o buraco no regresso com uma rolha, um adesivo, alguma coisa assim…

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    Já chegados a Potes, lá descobrimos o hotel La Cabana, e em vez de nos alongarmos em descrições, apenas queremos salientar os seguinte pontos:

    1. Efectivamente, não cheira a Rosas;

    2. Está proibida a abertura da porta da casa-de-banho por um período superior a 5 segundos;

    3. Não haverá problemas a nível sonoro com hóspedes de outros quartos porque isto é tudo nosso!

    4. Aos únicos hóspedes, foi colocada a seguinte questão:

    ” – Conhos, a que horas quieren los otros que vos sirva el pequeno desayuno ?”

    A verdade é que este lugar é espectacular para quem gosta de estar rodeado por montanhas e Natureza no seu estado mais puro…

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    Amanhã é dia de começar a sério aquilo que nos trouxe cá, espera-nos o seguinte trekking:

    Nome: PENA SAGRA (Variante)
    Distância: 8,5 km – Nota: Montes deles!
    Duração: 4h 30m
    Desnível: 350m
    Altura máxima: 1350m
    Dificuldade (1 a 3): 2

    Bjs e abraços dos caminhantes,

    Luís M. e José Sócrates

    PS: Escolhemos a opção variante porque a outra é para meninos e não desafiava as nossas capacidades de alpinistas de alta montanha 😉 imaginem… desnível de 1.370 m, distância de 11 Km, duração 7 h, altura máxima 2046m… toda o bom alpinista sabe que “subir montanhas não nos diz nada”…

    PS2: Esperamos que amanhã as fotos tenham outra qualidade 😉 É super normal vir para uma viagem sem verificar que a bateria da máquina esteja carregada!!!

    PS3: Não se preocupem…estamos a comer bem!

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  • Vila Real: Check!

    Olá amigos,

    Chegámos a Vila Real após 400 Km nocturnos após uma partida com um ligeiro atraso face ao planeado!! Tranquilo 😉

    Foi uma viagem interessante onde abordámos temas vários desde a gestão dos hospitais públicos, até à geografia do nosso país, passando por música, recordações de viagens antigas e a própria antevisão da viagem que agora começamos…

    Amanhã seguimos rumo aos Picos da Europa, rumo ao hotel que já reservámos e cujos comentários no site deixo à vossa consideração pois não antevêm nada de bom:

    El peor hotel en el que he estado; ruidos de las tuberias insoportables, muchisimos mosquitos, paredes tan finas que se oyen hasta las conversaciones y ronquidos de los vecinos….”La habitación es muy mala. Hay cucarachas, arañas. Ruido continuo de tuberias noche y día. El cuarto de baño se cae a cachos. Sólo hay dos enchufes y para eso uno está debajo de la cama. Están mal insonorizadas; parece que hay más gente durmiendo en tu habitación.

    en la habitación había un gran ventanal cubierto únicamente de unas cortinas por lo que de noche entraba bastante claridad, haría falta una persiana o una cortina gorda que no permita que entre luz a la habitación.

    Ruido persistente de la cisterna, falta de luz en la habitación (sólo había una bombilla en las tres lámparas)

    Los ruidos de las tuberias y demas, las paredes son de papel.

    Sendo assim, estamos prontos para conhecer a tal canalização ruidosa, paredes de papel e montes de claridade 🙂

    Até amanhã, partimos às 10h!

    Bjs e abraços,

    Luís M. e Cristiano Ronaldo