• Paracas – La banhada!

    Olá a todos,

    Uma viagem por mais planeada que seja tem imprevistos, coisas que correm melhor e outras que correm pior. A nossa não foi exceção. Ora leiam…

    Quando decidimos ir até Paracas, uma localidade turística no litoral a Sul de Lima, seria porque queríamos disfrutar de um ou dois dias de Sol, praia e bom descanso, e segundo todos os guias possíveis e imaginários, lá conseguiriamos isso.

    Saímos de táxi pelas 06:30 da manhã do nosso Bed and Breakfast, e apanhámos um autocarro ali na estação mais próxima em direção a Paracas. Eram 07:30 quando o autocarro saiu, estávamos bem instalados, e rapidamente à saída de Lima nos apercebemos do monumental caos de trânsito que é todos os dias a entrada na cidade. A fazer lembrar as ruas de Nova Deli, com buzinadelas a cada 2 segundos, e tudo completamente entupido, mas tudo!! Por sorte estávamos em sentido contrário, e lá apanhámos a PanAmericana, a mais comprida estrada do mundo, que corre desde a América do Norte até ao fundo da América do Sul. A estrada que fizémos fica perto do mar, no entanto, toda ela corre ao longo de um deserto cinzento, inóspito e bem desolador. Ora vejam…

    De Lima até Paracas, são cerca de 4 horas de autocarro, e ao longo deste deserto passámos por várias localidades que maiores ou mais pequenas, são digamos, pobres. 90% das casas não estão pintadas e são feitas clandestinamente, entre tijolos, barro, sem telhado, e completamente no meio da poeira do deserto. Começamos a habituar-nos rapidamente a esta situação, mas a América do Sul tem destas coisas o que acaba por fazer mossa na “nossa realidade”.

    E como é que no meio do deserto estas pessoas vivem ? Fazem o quê ali ? A resposta é estranhamente difícil de perceber, mas vivem da agricultura… É que por baixo do deserto há poços de água, e com essa água irrigam terrenos para conseguirem produzir essencialmente fruta, vegetais. Há também toneladas de espaço para a criação de galinhas por exemplo, os pollos!  Junto à Panamericana os terrenos são todos privados, e quando não são privados, constroem-se espécies de palheiros individuais nos terrenos públicos, na esperança de se conseguirem reclamar essas terras mais tarde.

    Chegámos a Paracas, no meio daquele deserto, uma pequena vila, igual a tantas outras, mas inserida numa baía entre resorts de luxo, com uma frente de praia bem feiosa, com areia negra, e uma água que não é própria para banhos dada a sujidade e a possibilidade de termos contacto com medusas…! O paraíso como devem imaginar!  A cidade vive para o turismo, com vários restaurantes junto ao mar, mas é uma cidade suja, com montes de cães vadios que literalmente cagam na praia, o que não dá muita vontade para nos deitarmos, lol!

    No entanto, a estrela de Paracas é a reserva Natural de Paracas, que supostamente tem já algumas praias de água límpida e transparente, mas que para irmos lá ter precisamos de um táxi que nos leva uns bons Euros e nos espera 2 horas depois, ou seja, uma bela rapidinha de praia!! Para além disso, há umas ilhas com pinguins e leões marinhos por perto, chamadas Islas Ballestas. Como chegámos tarde, ficámo-nos pela cidade, com o sentimento que no dia a seguir nos deveríamos pirar para Sul, rumo a Nasca para vermos as famosas Nasca Lines.

    20150311 - Paracas1

    O que correu melhor: O jantarinho no “Il Covo”, de longe o melhor restaurante em Paracas que adorámos e que se destaca a léguas na cidade e o fato das pessoas serem super simpáticas e prestáveis, mas isso é mais uma vez típico do Peru. Ah, e a cerveja era muito boa!

    O que correu pior: Ter sido atacado por um bicharoco qualquer de noite que me comeu 2 braços, o peito e as costas… que grande banquete… sangue tuga…  Fez-me uma bruta alergia que ainda hoje tenho o braço dorido, mas está tudo bem!! O acordar em Paracas, parecia um filme de guerra!! Ora vejam…

    Algumas imagens para recordar

    20150311 - Paracas

    Amanhã, Nasca, toca a fugir de Paracas!!!! Irra! Que fiquem lá os que pagam 250€ por uma noite no resort de luxo que tem uma bela piscina mas que tem uma placa que diz, praia não! Paracas pode ser espetacular lá na reserva (que continua a ser deserto), mas dado termos chegado tarde já não conseguimos ver nada de jeito… no entanto, não nos convenceu, venha o próximo destino.

    PS: Os vídeos poderão demorar uns minutos ainda a ficar online!

    Bjs e abraços,

    Luís M.

  • Lima histórica

    Olá a todos!

    Hoje acordámos recuperados, não só do jet lag, mas também do primeiro estafante dia que tivemos. Depois de mais um maravilhoso pequeno almoço servido na “Casa Nuestra” cheio de fruta, pelas 10h apanhámos um express bus que nos levaria diretamente ao Centro de Lima. Chama-se express pois tem mesmo uma faixa dedicada e isolada do resto da estrada, e ainda bem, pois o trânsito em Lima é verdadeiramente infernal. Entrar e sair da cidade acaba por não ser nada trivial, é que as avenidas de acesso são pequenas, 2 a 3 faixas no máximo, e o número de carros é massivo.

    20150310 - Central Lima

    Chegámos à Estação Central de Lima, fizemos um pit-stop no Starbucks e seguimos sempre a pé até ao Centro Histórico. Plaza San Martin, Plaza de Armas, a Catedral de Lima, Igreja de Santo Domingo, a Câmara Municipal, Palácio do Governo, está tudo concentrado no centro e faz lembrar as ruas centrais de Santiago do Chile. Sentimo-nos bem com a câmara fotogáfica em riste a maior parte do tempo, e não tivemos qualquer sentimento de insegurança. Como em qualquer viagem há que ter cuidado e ser preventivo, esta não é exceção, mas sinceramente, “todo bien en Lima”! As ruas para as compras são enormes, andamos em várias ruas pedonais, cheias de comércio tradicional, destacando-se os sapatos, telemóveis, pequenos casinos e o que há mais aqui…cafés, botecos, tascas, restaurantes e vendedores ambulantes, muitos… a cidade gira em torno da comida!

    Foi então que num rasgo de WIFI, passei pelo Trip Advisor onde vi que a “Casa Aliaga”, uma antiga casa de um millitar, braço direito do fundador de Lima (Ferrano), seria um dos “tops” da área. Como estávamos perto, passámos lá, e de facto é uma casa que dura há 16 gerações de uma família antiquíssima de Lima, que ainda hoje perdura e que é riquíssima em mármore, madeira, arte e mobiliário Europeu, bem ali no meio de Lima. Confesso que não foi assim brutal…lol! Foi assim mais uma bela banhada, o que deu asas à minha senhora para gozar comigo até ao infinito!!! Um tipo vem ao Peru e mete-se 30 minutos dentro de uma casa de uma família podre de rica que se divertia a trazer da Europa todo o tipo de artefactos, amontoando-os na sua casa sem qualquer ordem aparente… 🙂

    20150310 - Central Lima1

    Por trás do Palácio do Governo está um pequeno jardim com vista para aquilo que devia ser uma espécie de rio, mas que estava completamente “em obras”, e ao fundo um monte completamente coberto com várias favelas a fazer lembrar que apesar das ruas e dos shoppings de Miraflores, a vida por cá é muito mais do que condomínios com vista para o Oceano Pacífico.

    20150310 - Central Lima2

    Resolvemos no final ir até ao Museu Larco, um museu privado pois às segundas tudo o resto está fechado, e no maravilhoso mapa que tínhamos ele parecia poder estar relativamente perto, mas não era fácil de perceber… A Marisa, cheia de força diz, bora, vamos a pé! Parece perto, e a sra das informações disse-nos 45 minutos a pé, antes de nos ter dito, vão de autocarro ou de táxi!…

    Seguimos em frente, a avenida era enorme, mas quando dizemos enorme, eram tipo umas 5 avenidas da liberdade juntas ao comprido… Perguntámos a 1 Peruano onde ficava…não sabia, perguntámos a outro, não sabia…e assim continuámos até percebermos que ninguém saberia nem ler um mapa, nem onde ficaria o tão famigerado museu ou a rua que supostamente ia dar a ele! Ao fim de algum tempo, um senhor diz-nos, ui…. isso só de carro…. Já tínhamos andado uns bons 45 minutos na altura por entre dezenas de vendedores ambulantes.

    Fizemos sinal a um táxi, (no Perú os táxis negoceiam-se antes de entrar no carro), mas ninguém nos aceitava levar lá… Não entendia o porquê, até ao instante em que olhei de novo para o mapa, e percebi que estava a negociar a ida para uma região fora de Lima, ou seja, o nome errado do museu!!!! Rimo-nos, e lá partimos finalmente na direção certa. Chegámos ao museu meia hora depois de uma experiência daquelas “diferentes” num táxi que tinha todas as luzes do tablier acesas. Nunca na vida lá chegaríamos a pé, ate porque a morada no mapa estava claramente incorreta!!!

    O museu Larco é por outro lado muito bom, com centenas de objectos que vão de há 4000 anos antes de Cristo, passando pelas civilizações mais recentes, e claro, a cvilização Inca, bem como o confronto que houve quando os primeiros Europeus chegaram lá e se depararam com o existente. Vale bem a pena.

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    A noite terminou a comer um fast food Peruano (sandwiche) de volta a Baranco, estoirados de tanto termos andado, mas contentes pela experiência. O povo Peruano continua simpático, prestável, e mesmo sem saberem ler mapas ou dar indicações, vão tentando!

    Bjs e abraços,

    Luís M.

  • Olá Peru!

    Olá a todos,

    Depois de 12 h e tal literalmente empacotados dentro de um avião pequeno de mais para tanta gente, lá chegámos a Lima, Peru.

    Confesso que foi uma viagem não muito fácil, especialmente porque de facto o avião da AirEuropa (uma estreia para nós) era claramente uma espécie de LowCost intercontinental… Esqueçam lá os filmezinhos, o espaço, o atendimento… até os bancos um tipo inclinava para trás, e sem razão aparente, a pouco e pouco lá voltavam à posição original… dormir ali ?!?! Duro… ir à casa de banho ? Uma experiência digamos que… pouco agradável!

    Por outro lado, a aterragem foi inequecível. É que no instante em que as rodas do avião tocaram a pista, uma bruta salva de palmas e de felicitações ouviu-se em todo o avião…. A Marisa olha para mim incrédula e diz: “Mas era suposto isto ter aterrado certo !??!” 🙂

    Avançando, o que interessa é que a partir do momento em que passámos os senhores da imigração no aeroporto, percebemos rapidamente que este país tem uma coisa muito especial… as pessoas… “Sejam muito bem vindos ao Peru e aproveitem a vossa estadia!”, dito pelo sr. da emigração com um sorriso nos lábios!

    À saída do aeroporto, o sr. Óscar lá nos esperava com um cartaz (Luís e Marissa), eram 6:30 da manhã! Seguimos a conversar no seu carro sobre a economia do Peru, as riquezas naturais, política, futebol, o tempo, etc..etc…e ele repetia… temos tudo o que precisamos, mas temos tido muito azar com os políticos… onde é que já ouvimos esta história!!!

    O tempo em Lima é muito seco pois simplesmente não chove, mas ao mesmo tempo meio que húmido da proximidade do mar, o que é meio bizarro , mas a pele assim meio a colar é uma constante e não engana. Depois de uma curta sesta e do pequeno almoço tomado no nosso bed and breakfast, seguimos a pé passear por Barranco após indicações do Francesco (O simpático dono Italiano), o bairro onde ficámos a dormir, e à tarde em Miraflores, o bairo contíguo ao nosso. Ambos os bairros ficam nas encostas vertiginosas que dão logo ali para o Oceano Pacífico…. As praias, lá ao fundo das encostas foram construidas e roubadas ao mar em pedra preta, e nota-se uma forte poluição na cor da água, mas aqui, e apesar da crueza do cenário,  é tudo diferente.

    20150309 - Barranco e Miraflores

    Chegar a um país destes, poder passear sem stress e aproveitar desta forma é sempre uma sensação maravilhosa, e ainda melhor quando percebemos que as pessoas são tão simpáticas por natureza.

    20150309 - Barranco e Miraflores1

    O almoço só podia ser Peruano, e nada melhor do que provar Ceviche, uma espécie de sushi Peruano, feito com pescada marinada e “cozinhada” numa mistura de molho de limão e chili que é simplesmente maravilhosa! Atendimento mais uma vez ótimo, comido muito boa, estamos bem 🙂

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    Andámos quilómetros e quilómetros, mesmo estoirados da viagem, mas valeu completamente a pena! Há aqui e ali traços do colonialismo, mas por outro lado às parece que estamos numa qualquer rua do Leblon no Rio de Janeiro, Algarve, ou mesmo Cuba, Argentina …é uma grande mistura!

    20150309 - Barranco e Miraflores2

    Terminámos a noite a comer pasta uma outro fantástico restaurante em Barranco e regressámos ao descanso dos guerreiros à noite, a passear os dois, sem qualquer stress pelas ruas de Lima… Amanhã, vamos para o centro, que em dia de semana será mais intenso ainda de certeza!!

    Até amanhã!

    Bjs e abraços,

    Luís M.

  • Até já Altran

    Olá a todos,

    Hoje estou pelo Fundão, acabei de chegar de um jantar com a equipa que ajudei a montar nos últimos 3 anos, a equipa nearshore Altran, sediada no Fundão, interior de Portugal. Foram cerca de 130 postos de trabalho novos desde então, mas acima de tudo foi a satisfação de ter ajudado a criar uma equipa e um espírito único de partilha, simpatia, qualidade e amizade que se sente em qualquer conversa.

    Passámos juntos por vitórias e derrotas, sorrisos e tristezas,  sorte e azar, sucesso e insucesso, e nunca nada nos impediu de continuar unidos com o objectivo único de continuar a lutar por mais oportunidades, projetos e desafios para a nossa equipa.

    Não deixo colegas, deixo amigos, deixo uma relação criada com um extraordinário grupo de profissionais que respeito e continuarei a respeitar todos os dias.

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    Parto para outro desafio feliz, não porque deixo para trás incríveis colegas de trabalho, mas porque ganhei novos amigos, e enquanto isso continuar assim, vou continuar sempre feliz, porque para mim, o trabalho é só mais um meio para criar novas relações que nos marcam, moldam e mudam a nossa vida para melhor.

    Até já aos 71 amigos que jantaram comigo, até já aos que não tiveram essa oportunidade,  até já aos que estão espalhados por Lisboa e resto do mundo, até já Altran, obrigado por tudo.

    Bjs e abraços,

    Luís M.